Quem sou
Sou feita de gavetas,
entre abertas ou fechadas,
Bagunçadas e arrumadas,
Cheias de linho e empueiradas,
Trancadas e destrancadas.
De estradas sinuosas,
Com curvas tenras e perigosas,
Largas, estreitas e escabrosas,
Sem sentido ou periculosas,
Com linhas retas e ociosas,
Tenho segredos escondidos,
No mais profundo dos sentidos,
Quando cismo digo aos ouvidos,
O que só eu tenho comigo,
Pra não causar muito zumbido.
Não faço caricatura,
Das minhas muitas versões ,
Minha alma é sempre pura,
Como puro é o coração,
Quando quero me deixo ver,
Não Como Sou, mas como deveria ser.
Sou colcha de retalhos,
Costurada mão a mão,
Juntando os meus pedaços,
Acochoando emoção,
Não tenho medo da morte,
Tão pouco da escuridão,
Pq mesmo que eu falte,
Nada aqui pra mim foi vão.