Assim...

A mordida é no ventre e

a respiração é quente

e invade os ouvidos.

Quatro mãos passeiam perdidas e

um nó na garganta é inevitável.

A gente gosta assim.

Corpos imitando o encaixe de conchas, sussurros molhados ao pé do ouvido, palavras obscenas meio mornas, nunca tão quentes quanto as nossas línguas juntas...

A gente gosta e é assim.

O gozo e aquela febre delirante,

um silêncio instantâneo que antecede sorrisos fáceis, cúmplices...

e a clareza quase cegante dos nossos olhares que agora se encontram.

Porque a gente gosta assim.

Renata Vasconcelos

Renata Vasconcelos
Enviado por Renata Vasconcelos em 06/05/2018
Código do texto: T6329119
Classificação de conteúdo: seguro