Assim...
A mordida é no ventre e
a respiração é quente
e invade os ouvidos.
Quatro mãos passeiam perdidas e
um nó na garganta é inevitável.
A gente gosta assim.
Corpos imitando o encaixe de conchas, sussurros molhados ao pé do ouvido, palavras obscenas meio mornas, nunca tão quentes quanto as nossas línguas juntas...
A gente gosta e é assim.
O gozo e aquela febre delirante,
um silêncio instantâneo que antecede sorrisos fáceis, cúmplices...
e a clareza quase cegante dos nossos olhares que agora se encontram.
Porque a gente gosta assim.
Renata Vasconcelos