Estou saindo do arco iris
descolorido e livre...
Não envergo nenhuma cor
exata
nem amarelo gema
nem branco cascata.

Não sou gnomo de novidades
aquele que rouba o pote de ouro...
nem me sorriem estrelas
ou me assustam invernos
e desgraças ocasionais.

Sou tão só este torto anjo
viciado em contramão
poeta por fado e por espanto
em buscado som primeiro
canção.


E quem quiser saber quem sou
envie uma carta anônima
para a posta restante
do amor...
onde eu tento ser
somente o que eu sou.