Quem dera igual à bruma matutina
Quem dera igual à bruma matutina
que se esvai vendo o sol raiar...
Partir levado sendo pela ondina,
das lembranças que fizeram algum dia eu chorar.
Como o pastor que vai com seu cajado,
eu com elas sorridente...
Vou sentindo palpitar em mim contente
o coração ali que bate alucinado.
Ao lembrar-se destes prados verdes, floresceu
em mim que ia nessa andança...
De mãos dadas pelo vale da lembrança
o sentimento que me entristeceu.
Pra cantar-te nesta vida, sobre à mágoa e á dor
este foi o meu destino...
Encontrar na poesia o amor,
soando triste, como se fosse um violino.