impasse de sono

Rio de mim mesmo,

Desse redemoinho que

Não é sempre desandar,

Angustia que se finca carne

Como quem quisesse um lugar,

Outro rio de outra era, silêncio

Descendo nas nadadeiras dessa

Grande presença, silencio de outros

Mares, de retalhos que se amarram,

Desço ao encontro da tempestade,

Torvelinho que nem o pensamento desarma,

Lanço-me nas pedras dos pensamentos, o tempo

Fechado se infiltra no assoalho da embarcação,

Embaraço de linhas que invadem o corpo, volto

A mim mesmo, quem sou nessa massa informe,

Jogos de miragem, refluxos de eventos, o corpo todo

Sabe da dolorida e escura bruma de sangue que

Suja as paredes e que mesmo que lave nunca se enxagua.

Sou rio e sou afogamento, sou rio num impasse de sono,