VIVO-VIVO

VIVO-VIVO

Nessa vida estou vivo
vivo eu vivo o meu viver
um viver que vivendo vivo
vivo estivos e os grilos
daquilo além de você.

Vivo atrás do meu querer...
Vivo a queda e a subida
andando ou disparado
os buracos das descidas
os fartos e os escalpos.

Vivo a falta de vagas
e a lapada do prelo alto
o impostos das estradas
os pedágios dos asfaltos
o olhado do camarada.

Vivo a zinca lá do alto
no baixo estivos da vida
o poema sem dita rima
a rima que veio com sina
de uma sina de esquina.

Vivo a falta dessa ética
de coerência e de amor
o roubo que vem de cima
nas manobras assassinas
feitas lá pelos vovôs.

Vivo eu vivo os juros
a morte o pinote o norte
e o medo do teu escuro
pulos p'ra pular o muro
essa cruz no meu cangote.

Estou vivendo essa divida
que nem minha nunca foi
relevo sempre a tiririca
onde minha sorte zica
em ser tratado como boi.

No mundo todo do mundo
vivendo o espalho do medo
guardando os segredos fundo
a onde aponta do dedo
aponta a mentira de tudo.

Essa angustia essa neurose
vivos estão me sufocando
esclerose mental da multidão
essa aglomeração do coração
me faz voar do comando.

Vivo a decadências dos rios
com ampliação da poluição
os ricos em seus esguios
sem saber dos seus irmãos
o efeito de todo racismo
e o lava , lava das mãos.

Antonio Montes
Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 03/05/2018
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