DAS VEZES
Olhar a sombra e não ver a figura
Molhar a planta e não perceber a flor
Como se a canção que se insinua
Na crua nua intenção do ardor
Não sucitasse a verdade dura
Nem merece uma unção de amor
Só desejava uma porção da lua
Pra arrefecer o intenso calor
Dessa paixão imensamente pura
Que se consumirá num único fulgor.