Será a vida tão delirante
Será a vida tão delirante
Que me não cause comoção?
Morre alguém, itinerante,
Às margens dum estradão,
Não é mais perturbante
Ver agonizar um coração!
Neste tempo relutante
De amor e compaixão!
À janela fico, desconcertante
A refletir qual melhor solução
Que tome meu semblante
E o arda em sangue, em pulsação.