madrugada (primeira parte)

lentamente

a treva se dissipa

presa no topo de uma árvore

a estrela da manhã ainda está visível

do cárcere

eu ainda desejo que esta estrela e guie

um passarinho grita longe

rasgando o pequeno véu entre a solidão e o dia

o frescor da madrugada não tem o mesmo perfume

“bem-te-vi”

mas está tudo bem

eu não sou a mesma prisioneira de antes...