À ESPERA

É tão amargo

o lamento do rio doce

sem saber se chega ao mar.

Para mim é como se fosse

uma ingênua criança

desesperada a chorar.

Lembro da água em fartura

a correr límpida e pura,

sem resíduo de usina,

transparente e cristalina.

Das aves que ali havia

sobrevoando a pescar

resta apenas o urubu

reinando em todo lugar.

Esperando sem ter pressa

ao longo do rio doce

toda vida se acabar.

Saulo Campos - Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 30/04/2018
Código do texto: T6323396
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