À ESPERA
É tão amargo
o lamento do rio doce
sem saber se chega ao mar.
Para mim é como se fosse
uma ingênua criança
desesperada a chorar.
Lembro da água em fartura
a correr límpida e pura,
sem resíduo de usina,
transparente e cristalina.
Das aves que ali havia
sobrevoando a pescar
resta apenas o urubu
reinando em todo lugar.
Esperando sem ter pressa
ao longo do rio doce
toda vida se acabar.
Saulo Campos - Itabira MG