rio lancinante

O mundo pesa nos

Ombros do agora, presença

Inefável, perto ou distante, o poema

Infiltra na carne, come as pedras

E os venenos, grita, relincha, o poeta

Se faz fazendo o poema, mas antes

De sê-lo sofre de seu próprio parto,

O poema explode na terra bruta,

E vasa luzes pelos ares, as certezas se

jogam no chão, a existência se evapora,

em seu lugar: dor que se ergue sem disfarce,

o poema passa a ser água,

pedra, ácido estilhaçado, a ferida passa

a ser janela, caos violento na esperança

de uma primavera, mas antes, solidão e minério,

passa por entre as mortes sua pata de silêncio.

Então, um rio bêbado e incandescente

se apresenta em palavras.

O mundo pesa nos

Ombros do agora, presença

Inefável, perto e distante, o poema

Infiltra na carne, come as pedras

E os venenos, grita, relincha, o poeta

Se faz fazendo o poema, mas antes

De sê-lo sofre de seu próprio parto,

O poema explode na terra bruta,

E vasa sua luz pelos ares, as certezas se

jogam no chão, nada satisfaz, salvo

A existência que evapora, a dor lancinante

Que apavora, o poema passa a ser água,

pedra, ácido estilhaçado, a ferida passa

a ser janela, caos violento na esperança

de uma primavera, Outras vezes minérios

de verniz e solidão,Traça por entre as mortes

sua pata de silêncio.Então, um rio um bêbado e incandescente

se apresenta em palavras.