Perversões benevolentes. Confissões de um veneno perturbado e outras sinceridades
A sombra perfeita do povo
Eu quero ser a sombra do povo
Eu nasci fraco/de corpo
Febril de pensamentos
De mundos
Eu quero o mutualismo
Eu quero tudo
Eu sou um parasita gentil
Esperto, sutil
Quero guiar o povo
Com a minha sombra
Sendo a sua
Quero o seu coração
Pulsando como o meu
sem mais culpa
Eu não sou megalômano
É o meu Tratado de Miolo
No meio do pão
São perversões benevolentes
De um anjo caído
Que reza ao contrário
Que usa a própria mão
Que corre contra o vento
o tempo, frio
Me esquenta
e apenas uma palavra
cala a minha boca: Ama
No agora, uma obrigação
Eu quero reformar o replicante
Incutir o meu veneno
perturbado
Ajuda-lo a se encontrar
A ser mais essência
Quero sua alma, o meu agrado
A sua transparência, e a minha redenção
Humanidade
A sombra mais temível,
a destruição consciente,
Gigante de ânsia e confusão,
Focas-bomba,
É o gênio demente,
Cavaleiros do apocalipse,
Do eclipse total:
Da razão, da bondade,
Da sabedoria,
Brincam, mas é verdade,
Enquanto matam,
Um bando de loucos covardes,
De bastardos cruéis,
Agora já é tarde,
Estamos todos sob as botas dos coronéis,
A verdadeira inteligência,
intocada, virgem,
Continuam a lutar,
Os corpos em fornalhas,
Nos causam vertigens,
No baile macabro,
Quem dança é o diabo,
Até quando??
Será que Deus sabe?
O que é natural
Uma gripe é natural
O amor é natural
Os ciúmes, o ódio
A paixão, e o desejo imortal
de Tudo
lutando contra o Nada
O brinco, não é natural
Assim como um castiçal
Tal como uma roupa
Não é um corpo
A palavra natural
Também não é natural