Com o velho café em mãos vi um círculo

Com o velho café em mãos vi um círculo

de óleo chamativo. Pastoso, leitoso fundo

observo descobrindo-me rastejante. Sobro pouco.

Sentido na ventania vindo indolente pra mim

mas o que não quer entrar, não se amansa.

Ausente transbordo pra trás visto breve pela

ave negra.

Imagino-me num caixote onde som aprecio

certo da missa das quatro estações divinais

crismando, alterando o ar, desmaiado pela

coroa em dor.

Cabeça oleosa escora na parede da alcova

que desenrola desolada anfiteatro da perda.

Quebra da hora fetal de lado. Baba

violeta acelera terra preciosa do esbelto

lume roubado.

Fugaz e azedo gruda-se no frio desinquieto

que me é contado mormente quando destaco

o estilhaço de respiro em riste - à

maneira de resto de mim, plasmado atrás

das rochas não vistas: tocam quietas nos

olhos moles.

André SS
Enviado por André SS em 26/04/2018
Código do texto: T6319239
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