Clamor

O vento frio do outono toca em meu rosto

Sinto a vida

As pessoas transcorrem pela avenida

Vejo uma senhora aos gritos, incontida

O que passa naquela alma aflita

Tantos irmãos na desdita

Mantenho o meu coração contrito

Cada qual rumo ao um destino

Em frente a igreja paro, toca o sino

08:00 da manhã!!

Pelas escadas da Catedral sobe o rabino

Pessoa alta, esguia de corpo fino

O seu figurino me remete ao Divino

Aquela imagem cristaliza!!

Penso novamente naquela Senhora

Desesperada, aos prantos no início daquela hora

Sou impotente para ajudá-la!!

As misérias humanas paralisam-me

Indiferente não posso ficar

Entro na igreja, prostro-me

Rendo aos céus solicitude

Lamento por não ter tido atitude

Na minha época de juventude

Era um ser com mais virtude

Senhor, escute-me!

Perdoa-me minha falta de generosidade!

Perdi uma oportunidade

Representa-me em minha falha

Acalente aquela irmã em situação drástica

Desesperada em praça pública.

Helbert Vinícius de Faria
Enviado por Helbert Vinícius de Faria em 25/04/2018
Reeditado em 25/04/2018
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