ADMIRÁVEL APREÇO

Não te invejo indo ao Tejo

mesmo morando no brejo,

também não tenho ciúme

das estrelas do teu lume.

Não quero morrer de tédio

a cheirar do teu perfume.

Teu brilho não me ofusca

não anseio teu costume.

Não vejo em tua ousadia

nem um pouco de harmonia.

Não vou provar do teu vício.

Não me vale o sacrifício.

Não vou beber teu amor

pra verter sangue e dor,

regurgitando silêncio

em um grito de horror.

Pode ser tão dura a pena

porém não ter serventia,

não vou me cobrir de pena

e sofrer de hipocrisia.

Não vou chorar teu apreço,

mendigar teu endereço,

pois sei bem que não mereço

não vou viver de utopia.

Saulo Campos - Planeta terra.

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 24/04/2018
Código do texto: T6317475
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