ADMIRÁVEL APREÇO
Não te invejo indo ao Tejo
mesmo morando no brejo,
também não tenho ciúme
das estrelas do teu lume.
Não quero morrer de tédio
a cheirar do teu perfume.
Teu brilho não me ofusca
não anseio teu costume.
Não vejo em tua ousadia
nem um pouco de harmonia.
Não vou provar do teu vício.
Não me vale o sacrifício.
Não vou beber teu amor
pra verter sangue e dor,
regurgitando silêncio
em um grito de horror.
Pode ser tão dura a pena
porém não ter serventia,
não vou me cobrir de pena
e sofrer de hipocrisia.
Não vou chorar teu apreço,
mendigar teu endereço,
pois sei bem que não mereço
não vou viver de utopia.
Saulo Campos - Planeta terra.