KAISER NINGUÉM XIV
Eu sou a primeira maravilha, sou o fractal de Deus
Sou o mapa de uma ilha que eu vi nos sonhos meus
Eu sou o desbravador de mim mesmo e do universo
Sou o amor que vence a dor, sou assim como o meu verso
Eu sou a caricatura do meu bem e do meu mal
Quem vive na noite escura como luz, como sinal
Eu sou cria do que já fui, o que já quis, e o que tentei
Sou ainda quem conclui que não sou o que serei
Eu sou a vida como era, como é, como será
A investida da quimera que se auto destruirá
Eu sou a transmutação, sou a seta da energia
O criador da salvação, eu sou o poeta que sofria
Eu sou o resultado da equação imponderável
O libertário adestrado e a razão do inevitável
Eu sou o símbolo avesso ao final imaginado
Sou o fim e o recomeço, sou a escolha do enganado
Eu sou o enredo e a partitura do meu código genético
Sou o medo que fulgura no mais pródigo dos céticos
Eu sou o tudo aqui e agora, sou tudo de novo além
A lei da vida que vigora, eu sou o Kaiser Ninguém