Para Sylvana e Davi


Agora escrevo sobre minha casa
Casa que por certo posso imaginar
Lar...
Onde correm os sonhos relampejantes do meu filho
Que faz pouco aprendeu a caminhar.
 
Aprendemos todos nós, bem ou mal
A nos proteger do muito que nos atormenta,
A consciência...
Deixemos à cargo de todas as crenças
Pois a mim me bastam a insuficiência e a ciência.
 
Saber onde estou nunca me justificou diante de nada
Todos meus estudos foram vãos, e os livros nas estantes
Nem todos, pelo que lembro (e é tão pouco o que recordo)
Têm um final feliz que realize a ideal felicidade....
 
Minha casa a quem escrevo essas linhas
(que eu dela não me esqueça pelo caminho....)
Retraça em mim os mapas da Antiguidade, quando o tempo
Era o próprio espanto do tempo, urgente por seguir...
 
Minha casa e os tesouros nela ocultos
Meu Vale dos Reis tropical...
É um deslizar de rodas de bicicleta, infância
Meu sangue, meu corpo, meu quintal.