HUMANO
Alguma vez você beijou o rosto de uma criança?
Sentiu o vento no rosto enquanto corria?
Deixou a chuva cair e lhe molhar até a alma?
Correu no meio da mata e parou pra descansar numa clareira?
Fez da sua dor algo belo e verteu lágrimas em silêncio até elas secarem?
Alguma vez foi culpado por ser inocente?
Teve seu orgulho quebrado e foi presenteado com um engano?
Já se viu num crepúsculo de magnitude monumental
Tal qual um eclipse eterno...
Mastigou a própria língua pra saciar a fome
E bebeu da fonte mais suja...
Alguma vez você foi outro só pra se lembrar do quanto era legal ser você mesmo?
Foi de um ponto ao outro pela alegria do retorno?
Alguma vez se sentiu como Atlas?
Ou como um ronin?
Alguma vez você se sentiu humano, demasiado humano?