EU-LÍRICO

Não sou eu que estou em derredor destas palavras

Nem tampouco nas entrelinhas do que está exposto,

Sou intérprete dum mundo e, muito a contragosto,

Mero expectador dos ciclones e, dos vulcões, as larvas.

Dou vida a um “eu lírico” que observa facetas de vida

Sem me envolver neste universo onde há amor e dor,

Não obstante como cultivo arte, estou aqui a decompor

Os filamentos e as faíscas desvairadas assaz consumidas.

O poeta dissimula e seu temperamento é mais uma ogiva

Do que um glossário donde se traz a semântica que deriva

O vocábulo e, por extensão, todo um arsenal conotativo...

Fundamentação é não confundir o “eu poético” e o poeta,

Ambos contêm naturezas distintas: o que escreve se presta

A interpretar isento de emoção o que em tese é ilustrativo!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 22/04/2018
Código do texto: T6316212
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