## CICATRIZ ##

E eu que nem sabia

quantos céus

morriam em minha boca

naquela noite estrelada.

Prelúdio perturbador do que se desconhece.

Na dúvida uma pausa, um gole, uma prece.

Alma trêmula qual luz de lampião,

recobrando os sentidos, voltando da beira d'algum abismo.

Ruídos de porta se ouvia, gritos de histeria.

Ilusão rodando o dedo sobre o gelo que se derrete, saturado de mim.

Atalho, rosário, camarim. Olhos em frente, morte nas laterais.

Parada na pensão, secas folhas ao chão. Cama sem mundo, reza, confissão.

(Taciana Valença)

TACIANA VALENÇA
Enviado por TACIANA VALENÇA em 21/04/2018
Código do texto: T6315395
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