HORIZONTE
Vão-se os anéis
E todos os dedos
Despido o sorriso
Na face os medos
Vão-se as certezas
Porvir é senão
Afirmar que se sabe
Não saber o que são
Vão-se os dias
Em escuro segredo
Clareiam as noites
A trama e o enredo
Vão-se os que ficam
A memória é rincão
Dos anos que foram
Daqueles que não virão
E fica, a tirintar insistentemente
O som do que ficou pra trás
A paisagem obscura na frente