Em tempo, o tempo
O tempo é mero mérito falso,
Finge que vai, mas amanhece,
Dribla as sombras no encalço,
Encena que fica, mas anoitece.
O tempo protege minha alma,
Como uma bainha de espada,
Onde a mão sangra na palma,
Os versos cegos, a voz calada.
O tempo é do minuto, escória,
Finge que vai, mas ressuscita,
Dribla os túmulos da memória,
Encena que para, mas transita.
O tempo é mero mérito falso,
Finge que vai, mas amanhece,
Dribla as sombras no encalço,
Encena que fica, mas anoitece.
O tempo protege minha alma,
Como uma bainha de espada,
Onde a mão sangra na palma,
Os versos cegos, a voz calada.
O tempo é do minuto, escória,
Finge que vai, mas ressuscita,
Dribla os túmulos da memória,
Encena que para, mas transita.