Sobre Sentidos
Chama a luzir futuro outrora
É guia cego o brilho em excesso
No breu do que não peço
Torna-se visível a aurora
Ensurdecedora a voz que cala
Em retumbante nota de sensibilidade
Há sempre no caótico som da insanidade
Voz que não sente o que fala
É doce o sabor de féu
Nos lábios que se beijam sem toque
Salivadas papilas, aguardando a reboque
Promessas ainda ao léu
Inebriante paixão exala a pele
Dos que talvez passam desapercebidos
Na ressaca dos combalidos
A cheirar algo que se revele
As mãos trêmulas culpam as rosas
Pela gota de sangue que agora escorre
Atente que só pela pétala que morre
Se fazem belas glosas
Por isso que as dores dos espinhos
Impulsionem nova forma de colheita
Seja no mesmo roseiral, espreita
Seja nos de outros caminhos