Sobre Sentidos

Chama a luzir futuro outrora

É guia cego o brilho em excesso

No breu do que não peço

Torna-se visível a aurora

Ensurdecedora a voz que cala

Em retumbante nota de sensibilidade

Há sempre no caótico som da insanidade

Voz que não sente o que fala

É doce o sabor de féu

Nos lábios que se beijam sem toque

Salivadas papilas, aguardando a reboque

Promessas ainda ao léu

Inebriante paixão exala a pele

Dos que talvez passam desapercebidos

Na ressaca dos combalidos

A cheirar algo que se revele

As mãos trêmulas culpam as rosas

Pela gota de sangue que agora escorre

Atente que só pela pétala que morre

Se fazem belas glosas

Por isso que as dores dos espinhos

Impulsionem nova forma de colheita

Seja no mesmo roseiral, espreita

Seja nos de outros caminhos

Thiago Mandarino
Enviado por Thiago Mandarino em 20/04/2018
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