POEMA DA MENINA

Muito branca e franzina

era aquela menina...

Tinha sardas no nariz,

a Ana Beatriz.

Brincava de mãezinha

com a sua bonequinha,

sentada na pracinha,

de manhã e à tardinha.

Vestia seus vestidinhos

amarelos e azuizinhos,

calçava-lhe os sapatinhos

pretinhos e vermelhinhos.

Prendia seus cabelos

com lacinhos de cetim.

Depois de tantos zelos,

parecia um alfenim...

Um dia não veio mais...

Desapareceu.

No meio do sonho meu,

transformou-se em florais.

Aquela menina pequena,

tão perfeita açucena,

na minh’alma, serena,

virou este poema.