Poema oculto...

Eis-me aqui, deixo-te ir

Vives assim

Entre risos frouxos

Entre olhares rotos

Porém, não cerceiam teu existir...

Inusitado esse tempo

Te faço pouco

Com ouvidos moucos

Mas quando te calas

Odeio teu silêncio

Esse vazio lúgubre

Torna-me comum

Pertencente a lugar nenhum

O ser andante, cuja meta

Apenas seguir adiante...

Posso sentir, gritas

Anseias sair

Postergando meço a folha em branco

Não é teu, o silêncio

Às vezes o vejo banal, manco

Até insignificante...

Porém, hoje preciso ouvir-te

- Grite, cante!

Tua melodia desperta em mim

A criança de ontem

Aquela que contemplava a lua

Como se fosse apenas sua

Nas horas sombrias de medo

Iluminava a escuridão

Esse era seu segredo...

Deixo-te ir

Não desejo o deserto

Sempre que abrir os olhos

Terás caminho aberto

Cante!

Ainda que seja assim...

Apenas para mim...

Ema Machado

EMARILAINE
Enviado por EMARILAINE em 19/04/2018
Código do texto: T6313334
Classificação de conteúdo: seguro