A DOR DOS CANAVIAIS

Olhos negros,

pele negra

nos verdes canaviais.

Marcas insanas no corpo,

semente branca no ventre;

no coração, a dor

de um tanto faz..

Mulheres desesperança.

Nos lábios, nenhum grão

do açúcar mascavado,

da raspa de melaço,

do sumo da cana caiana

plantada com o suor

e cansaço..

Mulheres escravizadas,

senhores escravocratas,

Casa Grandes e Senzala.

Visível a herança

dos tempos coloniais.

Mulatas,

filhas da cor da rapadura,

vida dura, nada açucaradas

por dores quiçá imortais.

Olivia Beltrão

Recife, 13 de agosto de 2017.

Olivia Maria Beltrão Gondim
Enviado por Olivia Maria Beltrão Gondim em 19/04/2018
Código do texto: T6313139
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