A Passagem
Um soco
Um vulto
Um clarão cheio de esplendor!
É ela!
A misteriosa dama que chegou!
Como audaciosa visitante que invade o nosso lar sem pedir...
Seu flash desconcertante invade minha mente, como que a repetir:
“São tempos profícuos à semeadura, vamos menina!
Permita-se florir! ”
Leve e fugidia, diz o que precisa.
Ensina lições emocionantes, extasiantes.
E como a magia sublime dos venerandos ancestrais...
Põe-se para fora!
Simplesmente se vai!
Esta dama que parece alimentar-se de utopia...
Que faz a noite virar dia...
Que aquece se a madrugada é fria...
Não conhece covardia
e a todos oferece:
luz,
conforto,
alegria!
Revira as entranhas do mundo,
e as dos mortais que ao seu canto rendem apologia.
Esta dama que entra sem pedir
e sai quando ainda é cedo...
Que, às vezes, dá braços a ironia
e não conhece apego...
Segue seu caminho, impetuosa e triunfante, e quando se vai
surge na alma uma estrutura tenaz,
causada pela reflexão que a sua passagem propicia.
Esta é a, enigmática e arrebatadora, dama da poesia!