Samanta

Permitas-me dizer/

Inexplicavelmente, que você/

Mesmo sem querer/

Sem qualquer esforço/

Desordena-me os pensamentos/

Como criança iluminada/

Entra no meu mundo/

E faz-me renascer/

Esses seus olhos castanhos desassossegados/

Essa sua boca ...

Sem palavras/

Tem qualquer coisa de pecado/

Qualquer coisa de sabor indecifrável/

Cujo veneno paralisa a mente da alma/

Deixando a cabeça a mercê de um certo desejo/

Como uma única necessidade/

Diria nesse instante, de uma insanidade/

Que me faz ver além de mim/

A transparência de sua consciência/

Vicejando a razão da luz/

Que fala com todos os meus sentidos/

Fazendo-me buscar nos sonhos/

Um sentimento esquecido/

Deixando o meu coração livre/

Não mais que abastecido/

Identificando o elo perdido/

Como os versos/

De uma antiga saudade/

E a depender dessa energia/

Que embora me reserve medos/

Mais do que morrer/

Faz-me viver/

Numa viagem/