Em Nome do Filho

Passam os dias imaginando sem imaginação

Corroídos estão pelo medo do pecado

Mas apontam seus dedos sujos ao próximo

E condena tudo; acham absurdo

Pois absurdo para eles é qualquer coisa profunda

Que os tire do centro da sua mediocridade

E deixe cair o véu que esconde a intolerância

A qual desfilam pelas ruas com imponência

Pavões exibicionistas

Incapazes de liberar perdão ao irmão

Porque se perdoar não são capazes

Nem acreditam no perdão de Deus

Apenas torna a vida do irmão um tanto mais penosa

Com seus delírios de grandeza

Grandes em que?

Na esperança carcomida pelas traças

No domínio de suas palavras

Que condenam ao inferno sem o devido julgamento

O que mais dizem é: satanás está com este ou aquele

E os pobres coitados acreditam

Passam a ter certeza que não há salvação

E se entregam

É quando o diabo toma conta

Neste momento ele é, realmente, redentor

Já que para os pobrezinhos já não há salvação

E, às vezes, se entregam ao pecado

Certos de que não há mais caminho de retorno

Então porque não dizer que o diabo se mostra com o rosto do Santo

É uma verdade até para os pavões empalhados

Deformados e deformadores

Doentes de espírito

Embora com coragem de se auto denominarem eleitos.