tamancos de rua

TAMANCOS DE RUA

Janela de vidro
em mundo quadrado
o olhar perde-se pela cor emparedada.
Andares e andares sem asas,
altura trepida a coragem
e a flecha projetada
transcende a imaginação,
tudo é mente eternamente
tudo mente ao coração.
Ali a liberdade são blocos frios de pedras
e os sonhos pairam sob visões
ótica dos edifícios.
Nem sempre, nada se vê
mas, as vezes ouve-se os tamancos
galgando a areia da ampulheta
sobre os grãos do tempo solto
na velha calçada.
O vento n'essa hora afunila os blocos,
sobre as lagrimas nuas que despencam
... Uma sobre a outra
orvalhando os paralelepípedos da rua.

Antonio Montes
 
Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 17/04/2018
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