VIDA DE ARTISTA
 
Deus me deu canto
e encanto,
que cultivo distraída
pelas esquinas da vida
como se fosse a passeio.
Não teimo, não, eu receio
impor a minha vontade.
Na verdade,
eu sou mansa de desejos,
e não discuto ou disputo
os que olham as cores do dia
com um toque de ironia.
Belo é o tigre de Bengala,
aquele que vi lá no circo, 
mas distante, não me arrisco.
Artista mesmo sou eu,
que ando na corda bamba,
em rítmo frenético de samba,
me equilibrando sozinha,
pura glória que é só minha.