Sem verão




Já não sei o que é falso ou verdadeiro, sou uma parte estranha
que não gosta de tudo. O que temos em comum?
você foge de de mim, eu fujo de você. Gosto de ser assim,
uma andorinha que não se junta ao bando...
Crio os meus mundos, neles me acho, neles eu me perco. 
Incluo, excluo. Poupo a minha alma, não espero tudo se ajeitar,
e quando se ajeita, eu mesma desarrumo para recomeçar.
Sou dona da minha existência, por isso não a desperdiço,
o que era uma mentira não era sonho, mas, fui, naquele pesadelo,
fui até onde pude acreditar, de repente  eu vi diante do espelho,
a minha vida, e abaixo, vi um poço profundo, lotado de palavras.
Misturei a minha crença noutro ser, deixei afundar a minha fé,
Precisei partir para sempre e com pressa, moldei-me ao tempo.
Gosto das palavras duras, aprendi a amar a palavra fim.
Sem meios e sem recomeços nos meus enganos, mas, não reconheço
esta outra parte de mim.
Nos céus que voo, tudo é infinito, 
O bando passa ao longe, posso ouvir o seu chamado, não atendo.
Sou a andorinha sem verão, que sozinha sabe o seu rumo.
Voando, voando... O mundo visto assim do alto,
na paz da minha alma: É um esplendor.


_ Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 14/04/2018
Reeditado em 19/12/2018
Código do texto: T6308474
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