Morreu finalmente Clarisse...
O destino existe?
Pois cantemos à ele...
É lindo essa fantasia?
Façamos uma peça teatral...
Muitos querem sentir paz?
Escrevamos um fim dadivoso...
Por onde anda a mentira? E a violência?
É real este filme no mundo?
O destino já nos elegeu...
Na verdade ninguém tá nem aí...
Onde posso saber o CEP do Paraíso?!
Que diferença faz uma transa à mais?
Todos são um pesadelo mútuo e irreal?
Droga de questionamento do porvir...
É o tempo das balelas alheias...
Sexo por sexo e brincadeira por brincadeira...
Crianças matam... E velhos chupam sangue.
Muitos inimigos... Que valor temos?
Não vale mais nada uma barra de ouro pros deuses...
Rubis e diamantes limpam excrementos...
O destino de quem vê?
O segredo do faminto?
O pesadelo do drogado?
O fim da humanidade?
O espasmo da alma?
Milhões de vampiros nas trevas da paz!
É escravidão... É destino egoísta...
O tempo perdido de extraterrestres entre nós?
O amor é uma heroína da perplexidade... O desejo de uma sociedade cambaleante...
É cedo demais e os nove Infernos tragam tudo que é belo, as sobras deste infortúnio são os anjos da pessoal e íntima fábula...
Vamos andar na rua?
Vamos mergulhar no poço de sangue!?
Vamos encarar o destino, ele é uma mãe surda...
Não há sentimento mais?!
O destino é uma cadeia teológica...
O destino é uma bala perdida...
Não?
Sim?
Talvez...
Não há lei...
Não há obediência...
Não há mais pais...
Tudo é um turbilhão de Satan que zomba e rir...
Onde vou achar poesia nisto?
Não é poesia é uma ejaculação...
Não é poesia é um torneio de briga de leões...
Parou o tempo...
A lua nasceu...
O sol disse adeus...
O tempo jogou sujo...
As transas cessaram...
O sexo criou monstros com asas...
... E o destino...
... Ficou esquecido...
... No coração de Renato Russo!
... Morreu finalmente Clarisse.