Nordestina.
Rio, 13.04.2018.
Nordestina.
É nordestina, tua aura cristalina,
É xilografura a tua formosura de cordel.
É do crato, flor de Mandacaru.
Fico olhando tu em meio a terra sem vergel;
Feito miragem o meu Inferno
(Não mais que de repente) vira céu.
No árido sertão (tu és Oásis),
Eu vario do juízo vendo um oceano
E tu lá, me acenando, feito sereia Ariel.
Mas na rachadura desse chão
A fantasia só podia mesmo
Ser tua pessoa, fecunda tal qual
Uma floresta, alma mais alva que
essa minha folha de papel.
És suco de umbu, pitomba, mangaba;
És pimenta no meu sarapatel.
Tu és princesa, mas do tipo
Maria bonita e não Rapunzel.
Eu cá no meu querer, não relo em você,
Faço (e com muito prazer) é admirar.
Teus cabelos ondulados,
Teu jeito encantado faz o
Meu chamego aumentar.
Mas um dia eu não me aguento,
Vou num pé de vento lhe
Propor a ir se embora mais eu.
Feito Shakespeare (do agreste) apaixonado,
Lhe pergunto acabrunhado e educado:
"Oxi Julieta! Deixa eu ser o teu Romeu?"
Não vou te levar para outro estado,
onde a nossa gente se afunda em
Ilusão, desafortunada sina,
Eu te amo é bem assim: NORDESTINA.
Vamos pra praia do Gunga,
Viver rente ao mar e ao meu amar a ti,
vamos para Maceió, viver nós dois e só,
Bem do jeitinho que eu previ.
Clayton Marcio.