Triste espelho
O egoísmo da vida
Renega a morte
De quem
Nunca viveu
A intensidade
Nem amou
De verdade
Destilou a maldade
Mas que
Sim
Cultivou
Uma bela imagem
Vitrificada
Na autopiedade
Sufocado na liberdade
Gritando no travesseiro
Para ninguém ouvir
Que não sabe
Existir
Por não saber
Fazer feliz
A quem tanto
Lhe amou
Negou
Por medo
Além do espelho
Eterno covarde
Não soube
Ter motivo
Para viver
Ou para simplesmente
Morrer
Em paz