A TI
Se me mostras tua face
E me concedes os teus braços
Deixo a vida e a arte:
E me enterro em teu regaço.
Se teus olhos a mim ardem
E por vê-los também ardo
Quero em outra paisagem
Viver só dos teus afagos.
Mas, nesta vida de pilhagem
Em que ninguém se tem amado
Sofro ver esta miragem
E ser um sonho destronado.
Entretanto anseio: liberdade
Estando a ti acorrentado!