CÁRCERE PRIVADO
(Sócrates Si Lima)

Poeticamente,
arranquei o meu coração,
sistematicamente,
coloquei-o numa prisão.

Como ele já não mais bate,
só leva porrada,
já, muito tarde,
resolvi prendê-lo numa garrafa arrolhada.

Como em um  calabouço,
sem chances de sair,
ali ficará em soluço,
sem chance alguma de fugir.

Chega dos amores perdidos,
das paixões perigosas,
dos encontros e desencontros proíbidos,
das perdições fantasiosas.

Assim, sem um salvo conduto
prendí-o para não mais sê-lo usado,
encarcerei-o num frasco bruto,
mantendo-o num cárcere privado.
 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 12/04/2018
Reeditado em 13/04/2018
Código do texto: T6306928
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