SANGUE

Discriminação,

Punhal afiado,

Coração dilacerado.

Desculpe,

Não sou a marginal que sonharam.

Não pedi para nascer.

Me falta ambição,

Tenho propósitos

Café, melancia e amigos,

É o que preciso

Para chegar

Tenho o futuro

Não tenho muros

Pouco?

O que? A minha vida?

Minha história

Quem conta sou eu.

Sonhar não me basta,

Parecer e ter não me fascina

Quero ser

Meus pés me levam ao meu destisno

Traçado por mim

O planeta é minha casa,

O céu melhor teto,

Não preciso de paredes

Abajur e almofadas

Ilusão, prisão

Sol, luar, estrelas...

Iluminação perfeita,

Mar o melhor adorno.

Melhor lugar para sentar

É a areia ou tronco de arvore,

Escutar

Nossos antepassados

Seguir o rumo certo

Da conquista

Do crescimento

Ouvindo conselhos através do vento,

Pássaros...água correndo,

Orquestra da natureza

Parece tosco ...eu sei

Poeta...louca

Sou eu,

Desculpe

Me ame ou me deixe.

Não queira me estragar,

Não me roube de mim.

Não quero provar nada

Minha disputa é comigo

Não com vocês...

Sou eu...muito prazer.

Nascemos do mesmo ventre,

Seremos consumidos pela mesma terra

Mas cada um no seu quadrado