A cadência do tempo
Aqui neste espaço
não me acostumo com o tempo
que sempre amarela
e envelhece conforme a espécie,
conforme a cadência
repetida dos sorrisos,
conforme esmorecem
os sonhos construídos.
Ao longo deste mesmo tempo
depois de erguido, destruído.
Eu nao me acostumo
com um falso abraço,
embora neste tempo
ao invés de amor prefira espaço.
O tal conto de fadas
prefiro eu escrever,
pra ser dono do tempo,
do espaço, dos abraços,
dos sorrisos e dos sonhos
destruídos ou construídos.
E como saberia eu
se a história que hei de contar
não me caberia um lugar?
Um algo desconstruído,
quem sabe digno de ser
chamado de uma releitura qualquer
de uma bela obra-prima
com pitadas de sorrisos imprestáveis
mas de cadência perfeita e harmoniosa.
Por fim, tudo se torna bobagem,
porque no fundo, muitos como eu,
não dizem mesmo o que querem
por medo da sabotagem.
Eu não me encontro perdido,
mas ainda preciso me encaixar
no meio do caos.
Esse semblante amarelado e desbotado
só confirma o quanto o tempo
já esteve ao meu lado
neste mesmo espaço
durante a cadência do tempo sorrido.
Caco Parnaso - 11/04/2018