Gigante
No peito a dor que aflora
e florescida faz surgir o medo
- um medo gigante - do tamanho da tua solidão.
Na escuridão do teu quarto, apavorado e indefeso,
você sofre sozinho(a) a dor que o peito grita.
E gritando em silêncio o mais alto que pode
você cobre a cabeça com o cobertor
e abafa o som do teu próprio pranto com o travesseiro
por medo de alguém ouvir.
Gigante é a dor que sente agora
do tamanho do mundo - um mundo enorme –
que existe por detrás dos olhos, por detrás dos óculos,
por detrás do muro, por detrás de tudo.
O monstro, antes minúsculo e insignificante,
agora agiganta-se e vorazmente o devora por completo.