Utopia de prazer
... E nessa utopia, dançamos a luz do imenso luar...
Esse mesmo, que pendurado nos céus onde lhe tenho,
faz-me ser assim, amada, amante, mulher, sua...
Quero sonhar, mas sou eu o próprio sonho,
pinto de amor o corpo, encontrando nos seus beijos o caminho da vida
que em canteiros germina em flores trazendo harmonia
onde antes a tristeza dormia.
Amor que na ilusão do que somos nos faz amante,
nos toma no inteiro que nos propomos.
Destituídos de nós mesmos, entregamo-nos nessa loucura,
amando-nos na linha tênue da paixão que separa a realidade da ilusão.
Revestimo-nos na transparência das almas que orvalhadas
deita-se nos leitos dos rios que correm sabendo do seu curso,
calçamos nossos pés de versos andarilhos,
caminhantes nas estradas que aos amores nos levam.
Abrem-se então as asas que carregam seu amor e o meu,
seguimos na dança do imenso luar ao qual utópicos nos entregamos,
dançamos sem palavras somente amando na força que nos faz sonhar...
No mesmo amor, revestimos nossos corpos suados,
sobrevoando a própria lua que nos leitos do nosso rito se espelha.
Na entrega do rio ao mar, a origem do nosso destino soando em sinos inexistentes,
nos sonha amantes em terras desprovidas onde o canto emudece o prazer.
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