Agruras de um rio
De uma fonte nasci,
Por prados e montes corri,
Regando e produzindo riquezas,
Quanta beleza!
Os humanos banhos tomavam,
As crianças em meu leito brincavam,
Outros plantavam capim
Não ligando para mim.
Bons tempos vivi,
Livre e solto corri,
Todos se serviram de mim,
Não imaginavam o meu fim.
Em minhas margens pássaros fizeram ninhos,
Oh Deus, estou morrendo aos pouquinhos,
Fizeram roçados, semearam e plantaram,
Comigo nunca se importaram.
Outrora contemplavam minhas águas,
Com as casas de frente para mim,
Hoje só recebo lixo e mais nada,
Oh que triste fim!
Minhas águas sangram de tristeza,
Sinto falta da minha grandeza,
Clamo para a multidão,
Não me desprezes não!
Aqui deixo meu lamento,
Desabafo meu sofrimento,
Sem perder a esperança,
De um dia correr em abundância