Agruras de um rio

De uma fonte nasci,

Por prados e montes corri,

Regando e produzindo riquezas,

Quanta beleza!

Os humanos banhos tomavam,

As crianças em meu leito brincavam,

Outros plantavam capim

Não ligando para mim.

Bons tempos vivi,

Livre e solto corri,

Todos se serviram de mim,

Não imaginavam o meu fim.

Em minhas margens pássaros fizeram ninhos,

Oh Deus, estou morrendo aos pouquinhos,

Fizeram roçados, semearam e plantaram,

Comigo nunca se importaram.

Outrora contemplavam minhas águas,

Com as casas de frente para mim,

Hoje só recebo lixo e mais nada,

Oh que triste fim!

Minhas águas sangram de tristeza,

Sinto falta da minha grandeza,

Clamo para a multidão,

Não me desprezes não!

Aqui deixo meu lamento,

Desabafo meu sofrimento,

Sem perder a esperança,

De um dia correr em abundância

Severina Gomes
Enviado por Severina Gomes em 08/04/2018
Código do texto: T6303051
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