Eterna Mágoa
Hei de ser-te à serpente que tu temes à peçonha.
Hei de acompanhar-te feito à sombra que te segues na estrada.
Sou à dor que deixas tu que já não sonhas,
merencório como á lua que se vai na madrugada.
Mostrarei-te o sofrimento e o pranto,
onde apodrece sonhos e floresce as ilusões.
Irás andar ouvindo o canto
da maldade que se tens nos corações.
Eterna mágoa, do amor,eterno brado que te proclamas
noctâmbula cruel, algoz da matutina...
Crença que acendes esta chama
e que todos os males abomina.
Dolorosa feito à ave que vens a lhe trazeres
no presente idos tempos que não morre...
Até ver-te em teu rosto apareceres
este líquido que dos olhos lhe escorre.