Navegando pelos confins do meu Eu

Navegando pelos confins do meu Eu

Sabe lá o destino de um homem que torcia para não acordar mais

Perdido, só havia um pedido:

Morrer!

Por vezes quis ser o raiar do sol de alguém

Achando que isso fosse me inflar de vida

Busquei amores em terras inférteis

Solos podres do egoísmo humano

Tentei ser feliz, mas essa felicidade fugia como água por entre os meus dedos

Fiz arranjos de mágoas, inventei problemas feito poesia

Escrevi o mais alto rancor por um mundo inóspito em que eu fui o criador

Borrifei tristeza em quem verdadeiramente me amou

Apostei corrida com o tempo, e ele sempre venceu

Articulei tantas dores, que fingir já não era mais um ato

Desenhei na parede do quarto a solidão

Pintei com uma cor que chamava-se: Desistir

Comi dos pratos mais amargos que podia experimentar

Olhei para o espelho onde já não refletia

Chorei, e me afoguei em lágrimas secas

Andei, achei que era o dono da verdade

Parei, culpei o universo

Deitei, quis desistir de respirar

Da janela, vi um jardim formoso

Parecia que lá tinha flores de verdade

Cheguei a ver borboletas exuberantes

Parecia que ainda poderia haver esperança

Ou talvez fosse uma miragem?!

Duvidei da dúvida

Era chegada a hora de subir ao palco

De ser o ator principal

Porém, o cansaço moia meus ossos

Força na qual há tempos descia por falta de atitude

Meu olhar pesado transcendia

Aquilo que estampava o meu Eu...

E por um segundo tive uma percepção

Sentada ao meu lado

A verdade me falava bem vagarosamente

Que no fundo eu era o culpado daquilo tudo...

Chegado o momento de recomeçar a redesenhar a minha história...

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 05/04/2018
Reeditado em 05/04/2018
Código do texto: T6300966
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.