Navegando pelos confins do meu Eu
Navegando pelos confins do meu Eu
Sabe lá o destino de um homem que torcia para não acordar mais
Perdido, só havia um pedido:
Morrer!
Por vezes quis ser o raiar do sol de alguém
Achando que isso fosse me inflar de vida
Busquei amores em terras inférteis
Solos podres do egoísmo humano
Tentei ser feliz, mas essa felicidade fugia como água por entre os meus dedos
Fiz arranjos de mágoas, inventei problemas feito poesia
Escrevi o mais alto rancor por um mundo inóspito em que eu fui o criador
Borrifei tristeza em quem verdadeiramente me amou
Apostei corrida com o tempo, e ele sempre venceu
Articulei tantas dores, que fingir já não era mais um ato
Desenhei na parede do quarto a solidão
Pintei com uma cor que chamava-se: Desistir
Comi dos pratos mais amargos que podia experimentar
Olhei para o espelho onde já não refletia
Chorei, e me afoguei em lágrimas secas
Andei, achei que era o dono da verdade
Parei, culpei o universo
Deitei, quis desistir de respirar
Da janela, vi um jardim formoso
Parecia que lá tinha flores de verdade
Cheguei a ver borboletas exuberantes
Parecia que ainda poderia haver esperança
Ou talvez fosse uma miragem?!
Duvidei da dúvida
Era chegada a hora de subir ao palco
De ser o ator principal
Porém, o cansaço moia meus ossos
Força na qual há tempos descia por falta de atitude
Meu olhar pesado transcendia
Aquilo que estampava o meu Eu...
E por um segundo tive uma percepção
Sentada ao meu lado
A verdade me falava bem vagarosamente
Que no fundo eu era o culpado daquilo tudo...
Chegado o momento de recomeçar a redesenhar a minha história...