PONTO DE PARTIDA

Os mortos vieram me procurar e eu os ignorei

Pois ainda não me sinto apto pra acompanhá-los

Sou muito materialista e tenho um ego inflado

Quando eu morrer eles talvez venham me buscar ou ao menos recepcionar

Sei que não haverão anjos nem trombetas... ainda bem

Talvez um abismo escuro como a noite mais escura se abra e me engula

Tal qual o tal do buraco negro... tal qual a vida

E neles flutuarei e me desintegrarei... ou talvez me dissemine por milhões de pontos...

Pontos que serão luminosos dentro do breu... até serem absorvidos pela escuridão eterna

E tudo voltará a agulha, ao ponto de partida.

Caio Braga
Enviado por Caio Braga em 05/04/2018
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