Voltando a escrever.
Peguei a caneta e lhe disse:
__ Quanto tempo?
Ela me respondeu: Eu sempre estive aqui! Então, me indaguei.
Não que não tenhas me feito falta, é que a vida te leva para lá, e te arrasta para cá, as vezes o silencio é tão necessário quanto a musica predileta, e nós acostumados a falar pelos dedos, vire e mexe precisamos ensina-los outras habilidades.
No entanto, a caneta, olhou-me nos olhos friamente e apenas me disse:
Eu sempre estive aqui.me constrangendo a pensar no abandono, e de abandono entendo bem, porém, não quis pensar nos julgamentos que corria meus pensamentos, pois a vitimização me levaria a condenar.
Somente cessei minhas justificações, e assumi todas minhas más versões. Abandonei meus gatos, meus pares, parentes, muita gente. Abandonei-me, abandonei-te, mas sei que abandonar nem sempre não é não desejar, em muitos casos, é afastar para se poder pensar, sabendo que o lar sempre será o lar.
Desculpe-me, por te deixar, mas sabia eu que sua carga não tinha chegado ao fim, ela novamente olhou para mim e apenas me disse:
__ Eu sempre estive aqui!
Guido campos