VENTANIA.
Ventos contrários, às vezes, sopram sem direção
Bagunçam cabelos, fazem poeira, viram o tempo
Rodopiam intensos e arrastam coisas feito tufão
Depois se acalmam, perdem força, voltam lentos
Em noites frias, sopram gelados, arrepiam a pele
Levam papéis, levam poemas, e apagam as velas
E dançando entre galhos secos, derretem a neve
Atormentam os sonhos quando batem as janelas
Agarrei-me às rimas e aos poemas com emoção
E dentro do peito, acolhia cada poesia com calor
Uma a uma, as tenho, no fundo do meu coração
Nem vento, nem ventania levará de mim o amor.
Elenice Bastos.