O Mal
Joelhos ao chão
Cotovelos sobre o lençol
Dores na alma
Olhos vertem lágrimas ao natural
Noite infeliz
Madrugada interminável
Manhã inalcançável
Como entender
Que a solidão tem tantos nomes
Que cada nome tem sentidos, histórias próprias.
Que o amor pode repousar docemente na dor
E pousar suavemente sobre o ódio.
Como entender
Que numa oração fiquem lado a lado
O seu pior inimigo e a sua melhor amizade.
Que você acordará amando a ambos de forma igual, pela oração.
Mas durante o dia voltará à rotina, ao ódio costumeiro
Colocando em cada qual as suas razões.
Muitas vezes nós queremos mudar o mundo
Mal começamos por nós mesmos.
O Mal vive aqui, vive aí, junto a todos nós.