LUZ DE LAMPARINA
Baila leve, linda e solta,
qual pluma de algodão,
os sonhos livres da bailarina.
Sob a luz da lamparina,
dança...
Dança, dança e dança...
Dança tanto, qual uma louca,
pelas ruas da solidão.
Tão distraída e tão perdida,
que os que a assiste,
já não mais sabem,
se, dança por diversão,
ou se ilude por distração,
na tentativa de ganhar o pão.
Seu bailado é livre,
como livre, sopra lhe o vento,
levando consigo seus encantos,
de menina bailarina,
que baila a luz da lamparina,
pelas ruas abandonadas,
que lhe arrancam a timidez,
dando lhe a nudez,
de uma alma frágil e gélida,
sem amor e sem ilusão.
Nova Serrana (MG), 02 de outubro de 2006.