Revolução
Eu quero que o meu grito salte da garganta
Da maneira mais violenta
Quero falar de tal forma que todos possam
compreender a minha poesia
Não arriscarei refinar as palavras
Que me gritaram um dia
Esbravejaram revolução que eu não entendia
E me sufocaram com o punho violento
de um vocabulário que eu desconhecia
Me pergunto:
Onde está essa revolução
a qual não participo?
Se entro na marcha logo me alertam:
Só faz revolução quem é televisivo!
Revolução dos sofás de apartamento
Pensadores que pensam no conforto,luxo e hipocrisia
Levantam bandeiras a todo tempo
São poetas
sem poesia
Quero que todos possam escutar com clareza
Que a revolução não está presa
Em salas fechadas como gaiolas
Quero que saibam que a navalha antes usada
Para cortar as asas do pensamento
Será usada para fazer revolução
Cortar-se-ão as amarras da prepotência
E a artéria do medo se romperá.